8 março – dia Internacional da Mulher e dia de luta

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O S.TO.P., convidado pela Rede 8M a juntar-se à greve no dia Internacional da Mulher (trabalhadora), permitindo a adesão de qualquer docente, mulher ou homem, à greve ao trabalho assalariado, incluindo tod@s @s Profissionais da Educação (pessoal docente e não docente) do continente e das ilhas dia 8 de Março de 2022.

A Educação é um sector onde a esmagadora maioria da força de trabalho são mulheres e não esquecemos que
Portugal continua a ser um país onde a desigualdade salarial entre homens e mulheres é muito significativa, as mulheres continuam a ganhar menos do que os homens, sendo a diferença de 14%, na generalidade, e de 26,1% entre os quadros superiores.

À semelhança do que aconteceu em ano anteriores, o S.TO.P. junta-se aos outros sindicatos nacionais que já aderiram à greve que abrangerá vários sectores profissionais, reunindo trabalhador@s cada vez mais conscientes quer da violência e exploração de diversa índole a que as colegas estão sujeitas, com o consequente excesso de problemas, causados pela sobrecarga de trabalhos, transversais às mulheres trabalhadoras, da indústria à Educação, tais como as doenças músculo-esqueléticas e o burnout que tantas profissionais da educação “sentem na pele”, na escola e em casa; quer da necessidade de exigir mudanças, inclusive através de greves para lutar por direitos iguais no trabalho e na vida.

A adesão a esta greve justifica-se pela situação específica de cada trabalhadora e/ou pela vontade solidária de fortalecer e ajudar a dar visibilidade à luta, colectiva, por direitos que fazem falta às Profissionais da Educação, às alunas, às escolas, às famílias, em suma à sociedade, flagelada pelo número de vítimas directas (ex. esposas e mães) e indirectas (ex.: filh@s), de diversa índole:

  • exploração laboral (ex.: horas extraordinárias, não remuneradas, exigidas por exemplo aos professor@s para muitas reuniões, inúmeras tarefas burocráticas, diversos problemas dos discentes, não pedagógicos mas disciplinares, sociais ou clínicos/psicológicos que, à falta de psicólogos escolares e de outros técnicos que o Estado não contrata, são mais “peso nos ombros” docentes, doentes, sobretudo d@s diretor@s de turma e d@s professor@s de educação especial, obrigad@s à inclusão de outrem, à custa da sua exclusão do descanso, da saúde, etc.);
  • precariedade (ex.: concursos docentes que obrigam milhares de professor@s, de norte a sul, a trabalhar a centenas de km de casa e da família, frequentemente com horários incompletos); falta de liberdade real e de independência financeira (ex.: salários de miséria do assistente operacional e do assistente técnico, docente de AEC, ou contratad@ desterrad@ com horário incompleto);
  • assédio moral (ex.: muit@s director@s de escolas/AE, não democráticos mas intimidatórios, tentam até proibir o exercício do direito à greve; registando-se ainda inúmeros casos em que as direções não aceitam ou dificultam a flexibilização do horário das mães, prevista na lei);
  • sobrecarga de trabalho doméstico e de cuidados, numa dupla e/ou tripla jornada não assalariada nem reconhecida; insuficiente apoio à parentalidade e aos cuidadores, maioritariamente mulheres (ex.: conciliação de horários; prazos e descontos nas faltas por atestado médico de apoio a familiar; falta de creches e de lares públicos, de qualidade);
  • desigualdade e preconceitos (também na educação, na cultura e na justiça, ex.: exclusão de trabalhadoras de cargos directivos de topo e desculpabilização de assediadores); violência machista (física, psicológica, sexual).

As Profissionais da Educação sabem bem o que é exploração, sentida na labuta para tentar dar o seu melhor em todas as escolas deste país, e o que a violência machista (que em Portugal mata todos os meses) faz às famílias, inclusive as d@s alun@s, que a reproduzem na escola e ao longo da vida. Cientes de que o exemplo é um bom ensinamento, juntam os atos às palavras nesta greve internacional com manifestações/concentrações organizadas pela Rede 8M, em várias cidades nacionais: (ver cartaz). Junt@s, podemos dar o nosso contributo para que dia 8 de Março seja um dia de greve, em luta pelas Mulheres e por tod@s!

O Sindicato de Tod@s @s Profissionais da Educação (S.TO.P.)

Pré-aviso de Greve

https://drive.google.com/file/d/1EJpCh3ph39ku1b5apPUELPGpLNYSaBBX/view?usp=sharing