Mais um exemplo de determinação, denúncia e tentativa de diálogo, Agrupamento de Escolas de Oliveira do Hospital:
“Texto enviado ao Presidente da República pelos professores do AEOH. Estejam à vontade para partilhar e enviar. Vamos fazer ouvir mais alto a nossa voz:
Talvez ingenuamente, mas, com certeza, genuinamente, os docentes do AEOH acharam por bem dirigir—se a V. EXC.°.
Todos os docentes das cerca de 200 escolas que mantém greve às reuniões de avaliação na pessoa dos docentes do AEOH.
O que é que nos move?
O que é que faz com que os docentes desta escola, e de mais cerca de 200 por esse país fora, continuem em greve há um mês e meio?!
Independentemente de quem fez e faz o pré-aviso de greve; independentemente de muito ruído e pressão superior; independentemente de os nossos motivos serem quase ignorados pelos meios de comunicação; independentemente de a pouco e pouco sermos cada vez menos; independentemente de o cansaço estar a ganhar terreno.
Continuamos como começámos.
Sérios, coerentes. Desejosos de uma negociação digna desse nome, ou seja, franca e respeitadora. A ridicularização das nossas pretensões não é uma opção digna de um governo democrático. Não queremos retroactivos, queremos que os 9 anos, 4 meses e 2 dias sejam tidos em linha de conta na progressão da carreira docente. A operacionalização pode, e deve,ser negociada.
Estamos cansados. Sentimos que estamos muito sós. A nossa luta não é merecedora de ‘prime time’. À excepção de um ou outro nome com poder de influência, são poucos os que publicamente manifestam interesse pelo que se está a passar.
Mas é grave e inédito o que acontece nestas escolas.
São muitos professores que estão em greve há muito tempo, com todo o prejuízo que isso implica. Não é de ânimo leve que se mantém a continuidade de um movimento deste cariz por tanto tempo.
Permita-nos, por isso, manifestar alguma decepção da nossa parte pelo silêncio de V. Exc.ª acerca da situação vivida em tantas escolas. Cientes da sua preocupação por causas, da sua intervenção publica em tantas outras situações, surpreende-nos que ainda não se tenha expressado sobre esta realidade.
Daí apelamos à intervenção de V. Exc.ª.
Muito nos agradaria ouvir uma palavra de encorajamento de Sua Exc.ª. o Presidente da República.
Muito nos confortaria perceber que somos lembrados.
E muito nos honraria que os valores que nos movem fossem correctamente percepcionados pela opinião pública”