Para aumentar salários, progredirmos na carreira e acabarmos com a precariedade é preciso plano de luta continuada!
Colegas, o Orçamento de Estado (O.E.) foi aprovado na generalidade no passado dia 10 de janeiro (sendo esta votação a mais decisiva/importante). Este O.E. continua, apesar das narrativas que depois não se traduzem na prática, a desvalorizar quem trabalha (nomeadamente nas Escolas) e a privilegiar com muitos milhões os mesmos de sempre que nos têm levado para sucessivas crises/buracos (ex: banca). Como o S.TO.P. tinha apelado publicamente era necessário que se construísse de forma democrática um plano de luta continuada à altura das necessidades – quem acredita que se consegue alterar as prioridades do governo com as tradicionais formas de luta de greves de 1 dia, de 3 em 3 meses?… E, sobretudo, tínhamos apelado que se devia evitar obviamente chamar a uma luta contra o O.E. depois de este ser aprovado: como é evidente, é menos mobilizador chamar os trabalhadores para a luta após e isto só desmoraliza quem trabalha e na prática favorece o governo.
Como é público desde há vários meses que o S.TO.P., sabendo que neste governo não poderíamos confiar que saísse um O.E. favorável para quem trabalha/ estuda nas Escolas, consequentemente dinamizou uma greve nacional desde inícios de outubro, até meados de dezembro – em que o caderno reivindicativo foi construído democraticamente em reuniões/encontros sindicais – em defesa de várias reivindicações que implicariam mais investimento na Educação: como por exemplo, a retirada do amianto das Escolas, mais assistentes operacionais e com salários justos, por uma valorização e rejuvenescimento da classe docente, redução significativa do número de alunos por turma, subsídio de alojamento e de deslocação para docentes que trabalhem longe da sua residência. Essa luta infelizmente não foi vitoriosa nomeadamente porque, ao sermos um sindicato independente do Sistema e que só responde perante quem trabalha nas Escolas, fomos atacados/caluniados intensamente por vários interesses instalados https://www.comregras.com/o-boicote-sindical-a-greve-do-sindicato-s-to-p/?fbclid=IwAR1fCzJRpy0t5HOz94YS3i9P3BsYLZ5har64ATYCTEbUiGbm4wthpsfKswg
Apesar das calúnias que fazem às nossas greves, o S.TO.P. é efetivamente um sindicato diferente e nunca atacamos/caluniamos as greves convocadas por outros sindicatos. E como é público, precisamente no dia da aprovação do O.E., a FENPROF apelou à participação numa manifestação nacional e greve juntando-se a outros sindicatos da função pública (nomeadamente pessoal não docente) dia 31 de janeiro. Nesse sentido, e apesar de considerarmos que esta manifestação/greve é insuficiente (e tardia) para a necessidade de quem trabalha nas Escolas, como sempre, duma forma não sectária, não somos contra estas iniciativas e estaremos presentes na manifestação.
Se todos os sindicatos tivessem esta atitude perante as greves dinamizadas pelo S.TO.P., certamente o desfecho destas teriam sido bem diferentes e com claros ganhos para todos que trabalham/estudam nas Escolas.
As “atualizações” salariais abaixo da inflação são claramente insuficientes, ainda por cima numa situação em que nos negaram a justa e devida progressão nas carreiras (e a tabela salarial não é atualizada há 10 anos). Se queremos reverter a situação precisamos de um plano de luta para 2020 que unifique todos os trabalhadores da Administração Pública e que seja mobilizador. O S.TO.P. propõe a todo o movimento sindical do setor público (CGTP, UGT e sindicatos independentes) reunir para construir essa proposta de plano de luta a debater com os trabalhadores e mais uma vez enviar-lhes-emos um email nesse sentido.