Dia Mundial do Professor em tempos de pandemia

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Colegas, este dia Mundial do Professor ocorre num contexto particularmente inédito.

Apesar das sistemáticas campanhas caluniosas contra os professores (alguns comentadores são particularmente especializados) constamos, sistematicamente, como das profissões em que os portugueses mais confiam.

Se dúvidas houvesse que esta profissão implica muito desgaste e – ao contrário do que muitos dizem – , sem grandes salários/condições, é o facto de, nas últimas duas décadas, assistirmos ao esvaziamento dos cursos do Ensino Superior ramo educacional (formação professores). Se é “tão bom” ser professor porque isso acontece?

SE JÁ NINGUÉM QUER SER PROFESSOR, qual o futuro da Escola Pública?

Este problema gravíssimo abrange toda a sociedade e não meramente um sector profissional. Só por profunda ignorância/má fé é que quem está no governo não vê que uma profissão tão estruturante, ao estar envelhecida (e sem futuros profissionais suficientes em formação), com milhares pertencentes a grupos de risco no contexto da atual pandemia ou precários (muitos com mais de 50 anos) e desrespeitada por sucessivos governos irá, mais cedo ou mais tarde, ter um impacto devastador na qualidade da Escola Pública.

O S.TO.P., desde o início, alerta o governo sobre esta questão e solicita sucessivamente reuniões a este respeito: até hoje a tutela limita-se, apenas, a lançar esporadicamente umas promessas inconsequentes sobre esta problemática.

A manterem-se este tipo políticas economicistas (para os serviços públicos essenciais) e esbanjadoras (para os banqueiros e negociatas obscuras), o mais provável é que, quando a situação ficar insustentável para milhares de alunos/famílias, contratem “professores” com uma formação altamente questionável (ou mesmo sem formação superior digna desse nome) com consequências terríveis para os alunos.

CONTINUA O DESRESPEITO E O ABUSO também no contexto de pandemia

Apesar da interpelação do S.TO.P. em inícios de agosto, o governo e a DGS continuam sem explicar qual o fundamento científico para que as escolas tenham orientações completamente diferentes dos outros sectores profissionais na atual pandemia. Relembramos que para as escolas a distância a cumprir é de 1 metro “se possível” (o que tem permitido tudo) em contraste com o mínimo de 2 metros nos restantes sectores. Particularmente durante a semana passada, o S.TO.P. recebeu várias denúncias sobre condutas que, para além da distância de 1 metro “se possível”, podem colocar em risco a saúde de várias comunidades educativas e, também, de abusos de alguns diretores escolares. Transmitimos essas denúncias (sempre mantendo o anonimato dos queixosos) às entidades competentes e, se obtivermos resposta relevante, partilharemos.

Mantemos o desafio para todos os Profissionais de Educação (independentemente de serem sócios ou não) de que podem continuar a contar com o S.TO.P. para a vossa/nossa luta em defesa de melhores condições para quem trabalha (e estuda) nas Escolas: https://sindicatostop.pt/visita-a-algumas-das-escolas…/


Apesar de todo o contexto adverso, continuamos a acreditar que ser professor é uma das mais importantes profissões para a construção de uma sociedade mais democrática/justa e continuaremos a fazer tudo ao nosso alcance para exigir RESPEITO e JUSTIÇA para todos os colegas. BOM DIA MUNDIAL DO PROFESSOR!