Perante o brutal aumento de custo de vida – prevê-se um aumento cumulativo de mais de 10% em 2022 e 2023 -, o governo aumentou 6,7% os Assistentes Técnicos (A.T.), mas somente os colegas que se encontram na primeira posição remuneratória e que são uma minoria.
Em termos concretos, isto implicará que A.T. que trabalham há mais de 20 anos receberão apenas mais 100 euros do que um colega que entrou no mês passado. Ou seja, teremos a maioria dos colegas A.T. em 2022 e 2023 com um corte cumulativo no seu poder de compra superior a 10% e os A.T. da primeira posição remuneratória, apesar deste aumento, terão um corte cumulativo superior a 3% no seu poder de compra, o que na prática se traduz num degradar da qualidade de vida de todos os A.T.. Isto porque, como tudo indica, se depender apenas do governo, não haverá aumentos significativos nos próximos anos à exceção do salário mínimo.
Concluindo, todos os A.T. perdem mas de forma distinta, tentando desta forma o governo, mais uma vez, dividir (uns A.T. contra outros A.T.) para continuar a reinar. Se os A.T. já tinham muitas razões para estarem insatisfeitos, nomeadamente pelo seu baixíssimo salário tendo em conta a complexidade e a grande responsabilidade do seu trabalho, para muitos colegas a situação agora ficou ainda pior e solicitaram ajuda ao S.TO.P.. No mínimo deveria ter havido um aumento proporcional para todos os A.T. (independente do seu índice remuneratório) e, também, deveria cobrir o brutal aumento do custo de vida dos últimos tempos.
O S.TO.P., como sempre, está disposto a lutar, nomeadamente contra mais esta injustiça, juntando forças com todas as estruturas sindicais que efetivamente defendam a união (sindicatos, federações, centrais sindicais) e que idealmente deveriam estar todas unidas pelo aumento salarial de TODOS os trabalhadores. Consequentemente, voltámos a enviar um convite às centrais sindicais (CGTP e UGT) que englobam sindicatos/federações representativos dos A.T. para que, se ainda o quiserem, reúnam connosco durante o mês de agosto (ou em outra data que sugiram). Independentemente disso, em setembro, o S.TO.P. dará voz e poder a todos estes Profissionais da Educação (e a todos os outros que nos solicitem) que continuam legitimamente a exigir RESPEITO e JUSTIÇA.
NOTA: Dividir para reinar (parte 2)
Curiosamente, também recentemente, o governo através do seu Ministro da Educação, apenas convidou e reuniu com a FENPROF e a FNE. Esta estratégia do governo é mais uma tentativa de “dividir para reinar” os sindicatos, algo que o grupo parlamentar do PS (100% alinhado com o governo) também tentou fazer em 2018, usando o S.TO.P., mas que nós não aceitámos. Já na altura recusámos essa manobra divisionista da classe argumentando que ”Para o S.TO.P a importância da unidade e da democracia nas lutas tem de ser tomada com seriedade e não contem connosco para discriminar outros sindicatos, não fazemos esse jogo.” Como podem verificar aqui, também nesta importante questão, se vê que nem todos os sindicatos são iguais: https://sindicatostop.pt/a-uniao-pratica-se/