MAIORIA ABSOLUTA… como ficará a EDUCAÇÃO?

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MAIORIA ABSOLUTA, E AGORA?

Ao contrário do que muitos querem fazer crer, pelo menos um setor significativo que votou PS não votou desejando uma maioria absoluta. Tanto é assim que, reconhecidamente, o país ficou totalmente surpreendido com essa maioria porque no momento da votação a questão que estaria colocada pelas constantes sondagens era um “suposto” empate técnico entre o PS e o PSD. Manifestamente as sondagens influenciaram o resultado e o medo de um governo da direita (com a possibilidade de uma geringonça com a extrema direita) fez o resto, e o chamado “voto útil” foi avassalador.

O PS CONSEGUIU MAIORIA ABSOLUTA NO PARLAMENTO E NO PAÍS?
Muitos Profissionais da Educação expressaram o seu espanto de como, depois de tudo o que se passou no país e em particular na educação, o PS tem maioria absoluta.

O PS de facto teve 41,7% dos votos expressos mas não teve o voto da maioria da população. Mesmo muito influenciada pelas sondagens foi 24,2% da população adulta que vive em Portugal que votou no PS (2.246.637 num universo de 9.298.390 eleitores). A esmagadora maioria (75,8%) da população adulta (incluindo os Profissionais de Educação) não votou PS.

PS COM MAIORIA ABSOLUTA, COMO FICA A EDUCAÇÃO?
Os últimos governos de António Costa com maioria relativa, além de não terem alterado os ataques que os anteriores ministros da Educação fizeram (do PSD e PS) a quem trabalha nas escolas (fim da gestão democrática, avaliação profundamente injusta, quotas para a progressão na carreira, etc), ainda foi responsável por novos e profundos ataques:
– roubo de tempo de serviço docente;
– realizou, perante a maior e mais prolongada greve com impacto na Educação em Portugal, o maior ataque ao direito à greve e às férias docentes desde o 25 de abril de 1974 (na greve às avaliações em 2018);
– promoveu concursos docentes (em 2017 e 2021) prejudicando muitos colegas e as suas famílias;
– Avançou e pretende terminar a municipalização até finais de março de 2022.

Por isso, com uma maioria absoluta do PS no parlamento e o crescimento de forças que pretendem (de forma mais ou menos encapotada) acelerar ainda mais nomeadamente a gestão escolar da Escola Pública no sentido empresarial/privado, a situação para quem trabalha nas escolas dificilmente melhorará se não nos mobilizarmos.

No entanto, se é verdade que as maiorias absolutas não trazem boas memórias, também é verdade que o passado demonstrou que não são as maiorias absolutas que impedem grandes mobilizações de quem trabalha nas escolas (exemplo da histórica luta docente em 2008). Se assim for a vontade de quem trabalha nas escolas, e ao contrário do que aconteceu em 2008, neste momento já existe um sindicato na área da educação que demonstrou na prática que está disposto a ouvir e seguir a vontade democrática da classe. Algo que pode parecer básico mas que poderia ter mudado o desfecho dessa grande mobilização a favor dos professores (https://sindicatostop.pt/somos-professores-12-anos-nao…/

Também recentemente já demonstrámos que é possível, com alguma mobilização nas escolas, conseguir vitórias importantes independentemente da relação de forças dentro do parlamento como se pode verificar nas vitórias que o S.TO.P. já ajudou a que se concretizassem a favor de quem trabalha nas Escolas (exemplos no primeiro comentário a esta publicação).

Perante este novo quadro parlamentar e o aprofundar das políticas educativas (“made in PS”) ainda mais tem sentido que todas as forças sociais (sindicatos e movimentos sociais) tenham cada vez mais uma atitude não sectária em prol do bem comum. O S.TO.P., como é público, desde a sua formação tem primado pelo não sectarismo face a outros sindicatos e iniciativas de colegas de base precisamente porque acreditamos que a união não sectária na luta e a democracia são o caminho para os Profissionais da Educação começaram a conquistar o que é seu por direito.

Nesse sentido enviámos um novo convite a todos os sindicatos/federações docentes e às duas centrais sindicais (que incluem os principais sindicatos do pessoal não docente) a demonstrar disponibilidade a reunir para avaliar a possibilidade em juntar forças em defesa de quem trabalha nas Escolas.

Como tínhamos anunciado antes das eleições, independentemente do resultado destas, continuaremos a pugnar por um sindicalismo independente e democrático que, doa a quem doer, só responde a quem trabalha nas escolas. Estamos disponíveis, como sempre, para dinamizar as lutas que quem trabalha nas escolas decida democraticamente. Para isso basta que nos solicitem uma reunião sindical na vossa escola para que decidam democraticamente os objetivos e as formas de luta pretendidas.

Neste novo quadro parlamentar, que poderá potenciar ainda mais abusos por parte do ME ou de alguns diretores, é fundamental sabermos o que é efetivamente legal e também por isso tem ainda mais sentido estarmos sindicalizados e reforçarmos os sindicatos que consideramos diferentes pela positiva.

Convidamos todos os Profissionais da Educação (docentes e não docentes) a aderirem e reforçarem o S.TO.P. para estarmos ainda mais fortes para os grandes desafios que se avizinham na Educação.

Com ou sem maioria absoluta: JUNTOS SOMOS + FORTES!

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