NÃO ESQUECEMOS: 4 anos da histórica greve às avaliações e lições para o futuro

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Hoje faz precisamente 4 anos que se iniciou a GREVE mais longa e com maior impacto de sempre na EDUCAÇÃO em Portugal.

A 4 de junho de 2018 um único sindicato nacional OUSOU fazer o que todos os outros por algum motivo não quiseram… simplesmente seguir o que duas SONDAGENS independentes a professores coincidiam: a forma de luta mais pretendida para lutar contra o roubo do tempo de serviço docente era a greve às reuniões de avaliação. Essas duas sondagens eram conhecidas por TODOS os sindicatos pois foram dinamizadas pelos bloggers mais visitados da classe docente e tiveram a participação de milhares de colegas.

PODÍAMOS TER GANHADO ESSA LUTA CONTRA O ME!

Colegas, não é difícil chegar à conclusão que efetivamente podíamos ter ganhado. E não seria a vitória de um único sindicato, mas de TODA uma classe, o que, naturalmente, também teria efeitos positivos em todo o sistema educativo e por consequência no país. Isso também ajuda a compreendermos a intensidade do ataque a que esta greve foi sujeita (estavam em causa muitos interesses instalados há décadas).

Podíamos ter ganhado porque, se um sindicato que em junho de 2018 não tinha logística praticamente nenhuma (algumas dezenas de sócios), totalmente silenciado pelos principais media até dia 15 de junho, atacado brutalmente pelo ME/governo e, infelizmente, caluniado intensamente por muitos dirigentes de sindicatos tradicionais (que, salvo honrosas excepções, lançaram falsidades sobre a legalidade do S.TO.P., da sua greve, das consequências desta – ver vídeo ilustrativo no 1.º comentário a esta publicação), conseguiu que a 16 de junho cerca de 33% dos alunos em anos de exame tinham ficado sem avaliação… Imaginem se tivesse tido apoio de, pelo menos, mais um sindicato ou se pelo menos esta greve não tivesse sido brutalmente caluniada.

Calúnias essas que curiosamente voltaram a acontecer contra o S.TO.P. quando este ousou em outubro de 2019, novamente, fazer o que ainda não tinha sido feito em defesa de quem trabalha (e estuda) nas Escolas: https://www.comregras.com/o-boicote-sindical-a-greve…/…

UM SINDICALISMO DIFERENTE E SEM SECTARISMO É FUNDAMENTAL PARA GANHAR NO FUTURO!

É importante referir que, como durante a greve, o S.TO.P. desde o seu início, enviou apelos de UNIDADE a todos os sindicatos/federações docentes: nos últimos 4 anos já enviámos muitas dezenas de emails nesse sentido e sobre diferentes temáticas mas infelizmente até agora nenhum quis juntar forças em benefício de quem trabalha nas Escolas.

SE O ME SABE BEM QUE SINDICATO ATACAR, QUEM TRABALHA NAS ESCOLAS TAMBÉM DEVE SABER QUEM APOIAR!

Como se viu nessa greve fortíssima o governo/ME NUNCA teve dúvidas sobre quem quis atacar e TODOS esses ataques foram exclusivamente para a greve dinamizada pelo S.TO.P.. Recordemos os 5 ataques do governo contra essa luta: 1) Nota Informativa a 11 de junho (a única greve nacional em curso era a do S.TO.P. a da Plataforma sindical apenas se iniciou a 18 de junho); 2) único sindicato impedido de nomear um jurista para o colégio arbitral foi o S.TO.P.; 3) os serviços mínimos (decididos por esse colégio arbitral) atacaram apenas as avaliações dos anos de exame (que estavam inicialmente marcadas entre 4 a 15 de junho, exatamente a data da greve nacional exclusivamente convocada pelo S.TO.P.); 4) email da DGEstE a 20 de julho (a greve da Plataforma Sindical já tinha terminado a 13 de julho) e 5) envio de inspetores para as escolas a 22 de julho (mais uma vez só a greve nacional do S.TO.P. se mantinha).

Ou seja, se o mesmo governo que nos desconsidera, ataca e rouba não teve dúvidas sobre que sindicato atacar, quem trabalha nas Escolas também não deve ter dúvidas qual o sindicato que deve juntar forças.

Nota importante: se dúvidas houvesse sobre a atitude dos principais sindicatos/federações docentes nesta luta, o facto do colégio arbitral ter aprovado por unanimidade serviços mínimos que na realidade foram serviços máximos para os anos de exame, significa que mesmo o jurista indicado pela maior federação de professores esteve ao lado do jurista indicado pelo Ministério da Educação…

QUANTO MAIS FORÇA TIVER UM SINDICATO DIFERENTE, MAIS DIFERENTE PODERÁ SER O NOSSO FUTURO!

No atual contexto social que vivemos com um aumento brutal do custo de vida e uma maioria absoluta do governo, mais abusos por parte dos poderes instituídos (governo, municípios, diretores, etc.) poderão ocorrer e, por isso, ainda mais necessário será um sindicalismo efetivamente democrático e independente para melhor defender quem trabalha (e estuda) nas Escolas.

Colega, reforça um sindicalismo realmente diferente (e com direito a excelente apoio jurídico), ADERE AO S.TO.P: https://sindicatostop.pt/aderir-2/

JUNTOS SEREMOS + FORTES!

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NOTA IMPORTANTE: Intervenção do dirigente máximo da FENPROF numa manifestação da CGTP a 9 de junho de 2018 (cinco dias após o início da greve de 4 de junho). Passado 4 anos fica evidente quem falou a verdade (ou mentiras) sobre a legalidade desta greve, tendo profundas consequências para o desfecho dessa legítima luta/greve. Essa greve reivindicava: “Contagem de todo o tempo de serviço para todos 9anos 4meses 2dias; Fim da precariedade docente (Contratados e AEC); Um regime de aposentação especial sem penalização; Que todo o trabalho com alunos fosse considerado componente letiva.” Vídeo com essa intervenção: https://www.youtube.com/watch?v=yXtXpQpqHLQ&t=153s