Há 12 anos em Portugal houve possivelmente a maior manifestação de professores do Mundo (em termos relativos): a 8 de novembro de 2008. Ou seja, 120 000 professores numa manifestação em Lisboa seria o equivalente a 600 000 professores numa manifestação em Paris (e isso nunca aconteceu). FIZEMOS HISTÓRIA MAS NÃO BASTA FAZÊ-LA, QUEREMOS TRANSFORMAR EFETIVAMENTE A REALIDADE A FAVOR DE QUEM TRABALHA NAS ESCOLAS.
O QUE FALTOU PARA OS PROFESSORES GANHAREM?
Nesse dia, perante 120 000 docentes na rua, os sindicatos tradicionais uniram-se mais uma vez num “plano de luta” claramente insuficiente de manifestações regionais para finais de novembro e apenas 1 dia de greve para o ano seguinte, a 19 de janeiro 2009 (levando previsivelmente a luta dos professor@s a esmorecer e dando tempo de recuperação à Ministra Maria de Lurdes Rodrigues, que, ao não ser derrotada, foi depois implacável com a classe docente). Ver provas aqui: http://www.fenprof.pt/?aba=27&cat=313&doc=3733&mid=115
MAS A CLASSE DOCENTE EM 2008 QUERIA UMA LUTA + FORTE?
Em 11 de novembro 2008, quando docentes da região de Braga, legitimamente revoltados com o insuficiente “plano de luta” de 8 de novembro, marcam (infelizmente sem o apoio de nenhum sindicato) um plenário de professor@s onde apareceram mais de 600 colegas. Nesse plenário, onde tod@s os colegas puderam falar, foi aprovado democraticamente (apenas com 3 votos contra) uma greve até a ministra e a sua política caírem. Obviamente os colegas do plenário, sabendo que não podiam marcar greves, apelaram a todos os sindicatos docentes para que, pelo menos algum, marcasse rapidamente, enquanto havia mobilização dos docentes, a greve decidida democraticamente por tantos colegas. Mais uma vez, todos os sindicatos se uniram (contra a vontade da classe) e marcaram apenas 1 dia de greve e apenas para dezembro…
Provas aqui: http://horariosescolares.blogs.sapo.pt/80612.html
Se nenhum dos sindicatos docentes tradicionais quis respeitar a decisão deste plenário regional (o maior de sempre) por que não marcaram plenários regionais semelhantes em novembro de 2008? Por que não quiseram ouvir a vontade da classe docente ENQUANTO havia mobilização?
SE O S.TO.P. EXISTISSE EM 2008 ESSA LUTA TERIA SIDO COMPLETAMENTE DIFERENTE!
A unidade que o S.TO.P. defende é a unidade com quem está diariamente nas escolas e não a unidade nas “cúpulas” muitas vezes contra a vontade da maioria da classe. Continuamos a ajudar a construir um novo tipo de sindicalismo onde quem manda são as pessoas que trabalham nas escolas em DEFESA DE UMA ESCOLA PÚBLICA DE QUALIDADE E COM SEGURANÇA PARA TODOS. Isso também no atual contexto de pandemia onde infelizmente em muitas escolas há um sentimento crescente de insegurança e insatisfação face às medidas deste governo. Por isso, como é público, pedimos a blogues da Educação (reconhecidos por milhares de colegas) para dinamizarem um INQUÉRITO INDEPENDENTE a todos os Profissionais de Educação para aferir sobre a necessidade, ou não, da marcação de uma greve em defesa de melhores condições de segurança para todos que trabalham (e estudam) nas Escolas. Participa: https://docs.google.com/…/1FAIpQLScOz6mLMwz…/viewform…
Este novo tipo de sindicalismo, apesar dos brutais ataques de que foi (e é) alvo (do governo mas também de outros responsáveis dentro da classe), já contribuiu para vitórias importantes como na luta dos colegas das AEC (maio 2018), luta/greve contra o amianto escolar (out-dezembro 2019) e a conquista de mais Assistentes Operacionais (setembro 2020).
Acreditamos que a nossa classe tem memória e sobretudo futuro, por nós e pelos nossos alunos/filhos/netos!